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Mostrando postagens com o rótulo viôlencia contra mulher

Vou te levar

Violência doméstica era uma coisa comum nessa época. A frase “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher” era defendida como padrão moral. Não eram meras discussões e troca de empurrões, a maior parte eram cenários de covardia praticados por homens embriagados. Não existia lei “Maria da Penha”, isso é papo de 2006. Era essa a realidade de Lurdes, nossa vizinha. Seu marido, trabalhava como agricultor numa pequena plantação de chuchu no alto do morro. Depois do trabalho, sempre bebia. Tinha muitos filhos, tantos que não conhecia todos. Lurdes muitas vezes buscava amparo na vizinhança para ter algum alimento. Era comum também vê-la indo buscar sobras no CEASA, que é um centro de abastecimento de alimentos. Mulher guerreira, forte de estrutura, pegava peso e caminhava grandes distâncias, só não sabia bater. Não estava totalmente desamparada porque sua mãe morava com ela, esta recebia uma pequena aposentadoria do governo. Ela detestava o genro. - Quando eu morrer eu vou te levar, pa